Não sei o motivo pelo qual chamam a propaganda eleitoral gratuita na TV de "show de horrores" da política brasileira. Na verdade, ela é hoje a única âncora que ainda salva nossa política do desinteresse generalizado.
Imaginem a política brasileira sem o alento cômico dos candidatos Tiriricas, Ratinhos, Netinhos, Bradocks, da vida? Seria extremamente entediante.
Na verdade, a propaganda eleitoral é quase como uma copa do mundo. Esperamos ansiosamente a cada quatro anos pelo show tragicômico protagonizado pelos vereadores (eles são imbatíveis), deputados, governadores e finalmente as grandes estrelas, os presidenciáveis.
É tão divertido e tão aguardado que, como não poderíamos aguentar quatro anos esperando, partimos a copa em duas fases, a primeira, onde vereadores dão o show junto com os prefeitos e, dois anos depois, a segunda, onde as grandes estrelas entram em campo.
Este ano está sendo ótimo. Temos duas disputas pessoais que estão se sobrepondo à verdadeira disputa presidenciável, são elas: a corrida pelo melhor clone do Drácula depois de uma semana sem beber sangue, onde concorrem o vovô Plínio e o tio Serra e a disputa pelo troféu "eu sei usar meu maquiador".
É que, mais que o horário eleitoral, a TV serve para mostrar a evolução estética dos candidatos, no caso dos vovôs em sua regressão primária ao corpo vampiresco que abriga o ser eleitoral, no caso do R2D2 botoxizado do Planalto, a sua transformação que levou uma mulher chata, que fala mal, mente e é extremamente feia a se tornar uma mulher chata, que fala mal, mente e é muito feia.
A nós sobra escolher, apertar os botõezinhos, e esperar como é que nós sairemos nessa foto.
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